27 de agosto de 2015

ARTISTA LANÇA FOTOLIVRO SOBRE A FIGURA DO VAQUEIRO POTIGUAR E GAÚCHO – (Veja Imagens)

Ao ganhar o XIV Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia, um dos mais importantes do segmento, Pablo Pinheiro aprofundou a sua reflexão sobre um ícone brasileiro: o vaqueiro tradicional.

Rio Grandes - Pablo Pinheiro 03 

Por meio da linguagem fotográfica ele vem investigando a presença do vaqueiro em seu contexto rural desde 2010. A vivência do artista com a atividade pecuária centenária no Brasil começou na Caatinga e se estendeu à Pradaria onde mirou com a câmera do vaqueiro sertanejo do Rio Grande do Norte Pablo ao gaúcho do Rio Grande do Sul. A narrativa visual será revelada no fotolivro “RIO GRANDES”, resultado do projeto “Uma Tradição nos Rio Grandes - a imagem do Vaqueiro Contemporâneo em transição”, com edição de imagens de Rosely Nakagawa e distribuição gratuita pela internet. A ação envolve palestras em vários estados durante o mês de agosto (veja agenda abaixo).

A pesquisa de campo foi motivada por uma inquietação: em que medida o ritmo intenso da era da informação e da tecnologia interfere em uma tradição? Em seu processo criativo e produtivo Pablo desmistifica cenas projetadas no seu próprio imaginário. Em sua jornada tenta decifrar o tempo, o homem e o seu meio.

Rio Grandes - Pablo Pinheiro 08

"As pessoas ainda imaginam uma representação arcaica do vaqueiro. A estrutura visual do ambiente rural se mantêm, seja no sertão ou nos pampas, mas este homem e suas tradições estão em um período de transição. O acesso à informação é contínuo e se expande para além do meio rural e os desejos se transformam junto. Isso interfere na indumentária, no estilo de vida", comenta o fotógrafo.

Apesar da função do vaqueiro ser centenária, a atividade só foi reconhecida como profissão no Brasil em 2013. "A legislação trabalhista também promoveu um nova postura, garantindo voz e visibilidade ao vaqueiro nas suas relações de trabalho", reforça Pablo.

Para Rosely, responsável pela edição das imagens, a relevância do trabalho está na busca do autor pela essência do vaqueiro. “A visão cosmopolita do autor só acrescenta porque traz uma crítica importante na busca de quem é este vaqueiro e de como nasce esta cultura. Traz uma poética que será vista também por mais pessoas – que estão fora da visão regionalista”, comenta Rosely.

A convivência dos vaqueiros em seu próprio espaço geográfico vem ajudando o artista a refletir também sobre as suas raízes. Neto de nordestino, nascido em São Paulo e criado em Natal pelos pais paulistas e migrantes, o fotógrafo só conseguiu perceber sua brasilidade quando morou no Arizona, nos EUA, na adolescência. E lá descobriu a fotografia. Todo este percurso e pesquisa sobre o vaqueiro também faz parte da jornada em busca de sua identidade como artista.

Pablo Pinheiro, 38 anos, expôs o primeiro trabalho sobre os vaqueiros em 2011 – Fragmentos de uma tradição – quando realizou o trabalho no Coletivo Byreçá. Na ocasião recebeu o Prêmio Troféu Cultura como melhor exposição. Em 2012 foi contemplado pelo Programa de Cultura do BNB, com o projeto que levou esta exposição e oficinas de fotografia para a Paraíba e o Rio Grande do Norte. Com o prêmio Marc Ferrez, o fotógrafo dá continuidade ao projeto Uma tradição nos Rios Grandes: A imagem do vaqueiro contemporâneo em transição.

Um comentário:

  1. Paulinho, agradeço demais a divulgação desse trabalho tão importante para nossa identidade cultural. Grande abraço.

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