O
Grupo de Trabalho estadual de acompanhamento das medidas governamentais
e privadas relacionadas ao novo coronavírus (GT Covid-19), formado por
procuradores do Ministério Público Federal no RN, alerta que não há
respaldo científico para fechamento de leitos de tratamento da covid-19
na capital potiguar, nesse momento.
De
acordo com a plataforma Regula-RN – desenvolvida pelo Laboratório de
Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS/UFRN) –, o Hospital de Campanha e o
Hospital Municipal de Natal, referências no combate à pandemia, estão
com 100% dos leitos de UTI e semi-intensivos (chamados de leitos
críticos) ocupados. Dados gerais do estado indicam uma ocupação média de
85,7% desses leitos. Na Região Metropolitana de Natal, a taxa chega a
88,1%.
Nesta
terça-feira (14), relatório do LAIS/UFRN apontou que de 18 pacientes
aguardando vagas de UTI ou semi-intensivas no estado, oito eram da
capital. Também foram identificados oito leitos críticos bloqueados nos
hospitais de Natal, por falta de equipamentos (ventilador pulmonar,
monitor multiparâmetro) ou de pessoal. A equipe técnica reitera que “a
situação epidemiológica é de extremo cuidado e todas as iniciativas
devem se manter, sejam as de prevenção concernentes ao isolamento social
possível na retomada econômica gradual e progressiva, como a
continuidade da ampliação de leitos.”
Além disso, o fechamento de leitos voltados à pandemia pela prefeitura do Natal descumpre a portaria no
1949, de 14 de julho, da Secretaria Estadual de Saúde Pública do RN
(Sesap), que determina a necessidade de comunicação prévia e autorização
para desativação de leitos covid-19.
O
GT Covid-19 lembra, ainda, que com a reabertura das atividades
econômicas não essenciais, existe a possibilidade de volta do
crescimento da doença. Natal recebeu mais de R$ 41 milhões do Fundo
Nacional de Saúde especificamente para o combate ao novo coronavírus.
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