O
presidente do Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte (Sinmed-RN),
Geraldo Ferreira, contestou as projeções divulgadas pela Secretaria
Estadual de Saúde Pública (Sesap), segundo as quais o Rio Grande do
Norte poderá ter mais de 11 mil mortes por causa do novo coronavírus e 2
milhões de infectados até meados de maio, em um cenário “otimista”.
A projeção considera que o percentual de isolamento continue na
estimativa atual – cerca de 42% da população. “Não se levou em conta
que, ao se ter metade da população contaminada, há uma imunidade natural
da população. Esses estudos precisam ser rebatidos diante de uma
realidade. À medida que infectados crescem, a transmissão fica menor,
porque as pessoas vão ficando imune.
Esse crescimento não é geométrico permanentemente. Ela cai após 50%
da população ser atingida, porque há imunidade coletiva, de rebanho.
Quem está imunizado protege os demais”, explicou, durante reunião da
comissão especial da Assembleia Legislativa que acompanha as ações de
enfrentamento à pandemia no RN.
Geraldo Ferreira também disse que o sistema de saúde “sempre viveu
colapsado”. “(A situação) está até melhor que antes da pandemia, em
razão da suspensão de cirurgias eletivas e diminuição de acidentes
provocada pela quarentena”, afirmou o médico, ressaltando que hospitais
privados estariam vazios esperando pacientes.
Segundo a Sesap, o colapso no sistema de saúde pode ocorrer em 2 de
maio, quando não haveria mais leitos disponíveis para atender pacientes
com Covid-19 no RN.
O presidente do Sinmed-RN criticou, ainda, o investimento de R$ 37
milhões que o Governo do Estado pretende fazer em um hospital de
campanha. O médico defende que os recursos sejam direcionados para a
própria rede pública, como forma de garantir a implantação de leitos de
UTIs que já existem, mas não estão funcionando, seja por falta de
equipamentos ou de profissionais. A Sesap diz que já está fazendo isso.
“Estive em Macaíba, no Hospital. Macaíba vivia lotado. Hoje existem
leitos disponíveis. A UTI de Macaíba tem 10 leitos com equipamentos e
não foram colocados para funcionar. Precisamos aproveitar este momento
para colocar o sistema público para funcionar”, afirmou Geraldo.
Fonte e foto: Agora RN.
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