9 de novembro de 2018

DEPUTADOS PRESOS PELA PF LOTEARAM POSTOS DO DETRAN EM 20 MUNICÍPIOS DO RJ, DIZ MPF

Investigações da força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro mostram que os dez deputados estaduais presos nesta quinta-feira (8) lotearam postos do Detran em 20 municípios do estado, segundo a denúncia do Ministério Público Federal. 










A investigação do loteamento, de acordo com procuradores, começou com a apreensão do notebook do deputado Edson Albertassi, então líder do MDB, na Assembleia Legislativa do RJ e um dos supostos beneficiados no esquema. 






No computador, constava a divisão de controle dos postos em cada cidade. As investigações mostram que a empresa Prol, vencedora dos contratos para fornecimento de mão-de-obra nos postos, disponibilizava cargos para indicação dos deputados.





Na planilha, cada parlamentar aparece com um número determinado de cargos disponíveis chegando a indicar diretores de unidades. São indicações para chefes de unidades, responsáveis por vistorias e assistentes. 





De acordo com as investigações, o ex-presidente da Alerj, o deputado Jorge Picciani é quem indicou a cargos em postos em mais cidades: 6 (Nova Iguaçu, Queimados, Belford Roxo, São João de Meriti, Teresópolis e Três Rios). 





Leitura de emails, obtidos a partir de quebra de sigilo autorizada pela Justiça, ainda na operação Cadeia Velha, em 2017, mostram o deputado Paulo Melo, chamado pelos investigadores de "dono" do Detran, com ingerência junto à uma funcionária do grupo Facility/Prol e a Carla Adriana Pereira, diretora de registro de veículos no Detran/RJ. 





Segundo os investigadores, o Detran era manipulado para a realização de atividades de interesse de grupos corruptos. O deputado Paulo Melo era considerado o “dono” do Detran", disse a delegada Xênia Soares, da PF. 




Ainda de acordo com a denúncia, a empresa ganhava os contratos e além da propina paga à quadrilha do ex-governador Sérgio Cabral disponibilizava cargos aos deputados estaduais para que eles votassem projetos de interesse da empresa de propriedade do empresário Arthur César Soares, o Rei Arthur.





O esquema começou, segundo os procuradores, em 2005 durante o governo Rosinha Garotinho e se expandiu no governo Sérgio Cabral. Não há, até o momento, qualquer investigação contra a ex-governadora. 




Além de possíveis vantagens ilícitas que poderiam ser obtidas pelo grupo nos postos do Detran, os funcionários da terceirizada indicados pelos parlamentares ainda atuavam em campanhas políticas. Isso, de acordo com o Ministério Público Federal (MPF), garantiu aos deputados votação expressiva nas regiões onde eles tem controle das unidades.



Fonte: G1/RJ.

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