O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, disse na
manhã desta segunda-feira em São Paulo que "a quantidade de informações
presentes na Constituição leva tudo ao STF". "Se tudo vai parar no
Supremo, é o fracasso da sociedade, não a solução", defendeu.
"Menos Constituição é menos judicialização", defendeu o ministro em evento com banqueiros na capital paulista.
"Toda reforma da Constituição traz mais peso, maior judicialização.
Toda a vida das pessoas vai parar no Judiciário", explicou.
"Resguardadas as garantias fundamentais, o que mais precisa estar na
Constituição?", questionou.
Segundo Toffoli, o Judiciário atua como 'poder moderador' entre as
instituições, comparado, segundo ele, ao papel desempenhado pelos
militares no passado no país. Ele criticou, porém, o aumento da
participação do STF nas questões políticas.
"Se o Judiciário for além dos seus limites, ele vai ter o mesmo
desgaste e o mesmo problema que as Forças Armadas tiveram no passado",
salientou ele, defendendo que os meios políticos devem achar soluções
para os problemas, "porque o Judiciário só faz soluções provisórias. O
Judiciário não é para decidir o presente, mas o passado", afirmou.
Segundo Toffoli, "o Brasil ficou travado em quatro anos num moralismo
enfrentando questões de ordem e esquecendo o progresso". "Você nunca vai
ter progresso se tiver que ter ordem como uma premissa", salientou.
"A arte da política não é atacar o outro para se autopromover. O juiz
tem que ter prudência, tem que ter autocontrole. O poder de um juiz nos
STF é muito grande. Os conflitos dos partidos e entre os poderes vão
parar no Supremo", disse.
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