O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte negou nesta terça-feira (12) um recurso da defesa de Shirley Araújo de Lima, condenada no ano passado há 13 anos de prisão pela morte do próprio companheiro, o psicanalista João Jorge Filho,
de 67 anos. O advogado de Shirley apelou ao Pleno do TJ, recorrendo da
sentença dada pelo júri popular, contudo os desembargadores não
aceitaram a apelação.
No dia 26 de maio de 2002, o caseiro Clodoaldo Ribeiro matou o médico
com um tiro na cabeça. A vítima foi supostamente sequestrada de dentro
de casa e assassinada. O corpo encontrado no canavial da comunidade de
Vila Flor, no município de Canguaretama. As investigações apontaram que
Shirley Lima teria sido a mandante do crime.
Durante os debates entre defesa e acusação no júri popular, o
representante do Ministério Público pediu a condenação da ré por
homicídio duplamente qualificado. A defesa, por sua vez, sustentou a
tese de negativa de autoria.
Neste recurso negado na terça (12), a defesa de Shirley alegou que o júri, por vezes, teria a tendência de “romancear” um fato e não atentar para questões que estariam mais “claras” nos autos de um processo. O advogado Rodrigo Cavalcanti argumenta que a única prova que resultou na condenação de Shirley Lima é baseada na palavra do corréu Clodoaldo Ribeiro, o qual alegou ter um “caso” com a acusada. “Nenhuma testemunha, além dele (Clodoaldo), falou sobre vê-los juntos na cidade”, enfatizou Cavalcanti.
No entanto, de acordo com o que decidiu o TJ, não há nada que esteja
manifestamente contrário às provas dos autos. O advogado de Shirley
Araújo Lima adiantou que entrará com um embargo.
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