15 de julho de 2014

SUGESTÃO DE CONSUMO DA CARNE DE JUMENTO É DESTAQUE NA IMPRENSA INTERNACIONAL

A atuação do Promotor de Justiça de Apodi, Silvio Brito, de incluir a carne de jumento no cardápio do brasileiro, chamou a atenção do jornal espanhol El País. Com o título “Vai um espetinho de jumento aí?”, o jornal espanhol publicou reportagem de Juan Arias mostrando o problema acarretado com a superpopulação de jumentos abandonados no Brasil, notadamente na região Nordeste. Abandonados, os jumentos têm sido responsáveis pelo grande número de acidentes fatais nas estradas brasileiras.

Foto dos jumentos abandonados em Quixeramobim, CE (Foto de Jarbas Oliveira - Folha Press)


“Imagine 30 vegetarianos me ouvindo falar sobre o abate de jumentos? Seria uma malhação de Judas”. É assim que Silvio Brito, promotor de Justiça de Apodi, cidade a 335 quilômetros da capital Natal, se refere à audiência pública que ocorreu na Câmara dos Deputados na semana passada para debater uma ideia dele próprio: a venda e o consumo da carne de jumento no Brasil. “Mas para a minha felicidade, o convite para participar da audiência não chegou a tempo e eu não pude ir”, diz.

Segundo Brito, a ideia de incluir essa carne que, até o momento, não faz parte do cardápio do brasileiro surgiu por consequência de um efeito cascata: A cada ano, mais jumentos são abandonados por seus donos. Sem ter para onde ir, os bichos vão procurar comida nas margens de rodovias e acabam causando acidentes. “Na semana passada morreu um senhor que estava viajando de moto e trombou com um jumento. Ele caiu da moto e um caminhão passou por cima dele. Fizemos um levantamento e contabilizamos 100 acidentes fatais como esse, ou muito graves envolvendo os jumentos nos últimos três anos”, conta Brito.

Com o advento das máquinas e da tecnologia, o jumento, que outrora já foi o maior meio de transporte e ferramenta de trabalho principalmente na região nordeste do Brasil, acabou ficando obsoleto. “Hoje o jumento não serve pra nada aqui no Brasil, e em especial no nordeste. Nesse período de estiagem, que não há mais pasto, o agricultor solta os jumentos para pastar em outros lugares e dar espaço para o gado dele se alimentar”, diz. E é assim que os animais vão parar nas beiras de estradas.

Com o problema da superpopulação de jumentos abandonados crescendo a cada ano, foi criada uma ONG para recolher os animais. Em oito meses de trabalho, 1.000 jumentos foram recolhidos e agora é o local que sofre com a grande quantidade de animais e a escassez de remédios e comida. Daí a ideia de Brito de mandar o jumento para o abatedouro e, consequentemente, para a mesa do brasileiro. Para difundir a ideia, em março deste ano o promotor realizou um churrasco para mais de 100 pessoas para degustar a carne do animal.

A proposta de Brito sofreu fortes críticas de ONGs e associações protetoras dos animais. O presidente da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos dos Animais, deputado Ricardo Izar (PSD) afirmou, no dia da audiência, que Brito estaria autorizando a morte de animais em desrespeito à Constituição.

Quem critica são os ambientalistas. Para eles, não se deveria matar animal nenhum para comer. Eu já acho que um animal morrer para alimentar outro é a maneira mais sublime que ele tem pra morrer”, diz Brito. “Um dia, eles vão acabar fazendo campanha contra os leões, porque, afinal, os leões matam outros animais para comer”.

Do Blog: E as “vaquinhas” que nos criam com seu leite, e os “boizinhos” que trabalham puxando carroças e arando a terra, não vão ser defendidos não? Pura hipocrisia! Concordo com o Promotor.

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