Em entrevista durante sua vista ao Rio Grande do Sul, o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), acusou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de tentar culpá-lo pelos ataques de 8 de Janeiro, “para atingir fins políticos”. Nas declarações ao jornalista Rogério Mendelski, publicadas nesta sexta-feira (23), Bolsonaro comparou a um crime a hipótese de se tornar inelegível por oito anos, ao comentar o pedido de inclusão de fatos novos relacionados ao vandalismo nas sedes dos poderes em Brasília, na ação judicial eleitoral que o acusa de abuso de poder por encontro com embaixadores, em 2022.
“A Justiça Eleitoral, pelo que eu estou vendo, porque quem preside o TSE é o senhor Alexandre de Morais, tenta, dessa forma, me culpar pelo que aconteceu dia 8 de Janeiro. É muito ruim, tá?, quando se aparelha o Judiciário, para atingir fins políticos. É isso que estão falando. Eles temem o quê? Me tirar, agora, direitos políticos, sem uma prova, sem algo de concreto que eu tenha feito, isso é um crime. Não tem nada que me possa tirar os direitos políticos, a não ser uma arbitrariedade”, acusou Bolsonaro.
“Fizeram comigo; agregaram até o ocorrido em 8 de janeiro deste ano”, declarou Bolsonaro, ao citar voto do ministro Gilmar Mendes, que à época teria afirmado que a Justiça Eleitoral não deve existir para cassar mandato, muito menos de presidente. “E, agora, mais do que mandato, estão cassando na origem, querendo me tornar inelegível, lá na origem”, criticou o ex-presidente da República, cujo julgamento iniciou ontem (22) e será retomado na terça-feira (27).
Bolsonaro ainda se defendeu, citando o ministro da Defesa do governo de Lula, José Múcio, sobre a conclusão de não ter existido um “figura central” nos ataques de 8 de janeiro e nem partiu de seus apoiadores acampados diante do Quartel General do Exército, em Brasília.
“[Múcio falou que] Quem fez quebra-quebra não foi pessoal do acampamento, mas de ônibus que vieram de fora. E desde minha saída do país, em 30 de dezembro, caiu muito a presença nos acampamentos”, declarou, ao citar convocação a partir da quinta-feira antes do ataque, quando chegaram mais de 100 ônibus de fora da capital federal, em Brasília.
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