O
Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) conseguiu garantir na Justiça
potiguar a condenação de um padrasto a 81 anos de prisão em regime fechado,
denunciado por abusar sexualmente de três enteadas desde a infância delas. Ele
já estava preso preventivamente desde o dia 21 de agosto de 2018, quando foi
capturado por agentes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado
(Gaeco/MPRN), durante a operação
Sempre Alerta. O processo é sigiloso e a decisão foi proferida pela
3ª vara da comarca de São Gonçalo do Amarante, na Grande Natal.
As
investigações do Gaeco/MPRN demonstraram que a proximidade e a intimidade do
réu com as meninas foi determinante para favorecer os abusos. Ele mantinha as
vítimas sob ameaças que fizeram com que elas se calassem por anos. Para a
Justiça, as provas produzidas durante o processo demonstram a materialidade e a
autoria dos crimes de estupro contra vulnerável contra as três enteadas do
criminoso.
“A
justiça foi feita, muito embora não haja nada que possa trazer de volta a
infância das vítimas. Ele destruiu a infância das meninas, e talvez a vida
toda”, declarou a promotora de Justiça e integrante do Gaeco/MPRN, Liv Severo.
Os
depoimentos das vítimas demonstram que o réu adotava o mesmo modo de agir. No
início da adolescência delas, por volta de 10 anos, o padastro passava a
acariciá-las e, logo em seguida, praticava conjunção carnal, de forma
frequente, aproximadamente uma vez por semana, se revezando entre as vítimas.
Os exames
de DNA confirmaram que os filhos das vítimas são filhos do padrasto. Uma das
crianças foi gerada quando a vítima ainda tinha 13 anos de idade. As outras
duas crianças foram geradas quando as demais vítimas tinham 14 anos de idade.
Os depoimentos prestados pelas vítimas, contudo, confirmaram que os abusos
iniciaram-se muito antes.
Na
decisão, a Justiça destaca que “não há por que duvidar da palavra das vítimas,
uma vez que não mostram intenção deliberada de prejudicar o réu e, inclusive,
mesmo depois de adultas, por vergonha, relutaram em falar sobre os abusos
sofridos”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário