O juiz federal Sergio Moro retirou o sigilo de parte do acordo de delação do ex-ministro Antonio Palocci no âmbito da Operação Lava Jato, nesta segunda-feira (1º). O acordo foi firmado com a Polícia Federal no fim de abril e homologado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).
Anteriormente, Palocci tinha tentado fechar um acordo com o Ministério Público Federal (MPF), mas sem sucesso.
Segundo a delação de Palocci, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
indicou Paulo Roberto Costa à diretoria de Abastecimento da Petrobras
para "garantir espaço para ilicitudes".
A defesa do ex-presidente afirmou que "a conduta adotada hoje pelo juiz
Sérgio Moro na Ação Penal nº 5063130-17.2016.4.04.7000 apenas reforça o
caráter político dos processos e da condenação injusta imposta ao
ex-presidente Lula".
Palocci afirmou que a Odebrecht entrou em conflito com Rogerio Manso,
então Diretor de Abastecimento da estatal, por não encontrar espaço para
negociar o preço da nafta – um derivado do petróleo – para a Braskem,
empresa controlada pelo grupo.
Segundo ele, a Odebrecht se alinhou ao Partido Progressista (PP),
porque o partido estava apoiando fortemente o governo e não encontrava
espaço em ministérios e nas estatais, e passou a tentar derrubar Manso.
Foi aí que, conforme Palocci, Lula agiu indicando Paulo Roberto Costa
para a diretoria de Abastecimento.
"Luiz Inácio Lula da Silva decidiu resolver ambos os problemas
indicando Paulo Roberto Costa para a Diretoria de Abastecimento; que
isso também visava garantir espaço para ilicitudes, como atos de
corrupção, pois atendia tanto a interesses empresarias quanto
partidários; que, assim, nas diretorias de Serviço e Abastecimento houve
grandes operações de investimentos e, simultaneamente, operações
ilícitas de abastecimento financeiro dos partidos políticos", diz trecho
da delação.
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