Após exercer quatro mandatos de senador pelo Rio Grande do Norte –
sendo os três últimos ininterruptos – e ter governado o Estado em duas
oportunidades, José Agripino Maia, 73 anos, ficará sem mandato eletivo a
partir de 2019. Candidato a deputado federal pelo DEM este ano, o atual
senador conquistou mais de 64,6 mil votos, mas o resultado não foi
suficiente para sua eleição.
Tido na campanha como um potencial
“puxador de votos”, Agripino decepcionou e ficou na terceira posição
dentro da sua coligação – a 100% RN, formada por DEM, MDB, PDT, Podemos e
Progressistas. O primeiro colocado do grupo foi Walter Alves (MDB), que
obteve 79 mil votos e assegurou a reeleição. O segundo lugar ficou com
Beto Rosado (Progressistas), que agora é suplente.
A expectativa
de Agripino e de seus aliados era que uma vitória para deputado federal
seria mais viável politicamente que a reeleição para o Senado, haja
vista que o ex-governador ostentava altos índices de rejeição nas
pesquisas realizadas no período de pré-campanha.
Para atender à
estratégia, Felipe Maia (DEM) – filho de Agripino e atual deputado
federal – abriu mão da reeleição para dar lugar ao pai e não disputou
outro cargo. Além disso, com a saída de Agripino do Senado, a coligação
lançou Antônio Jácome (Podemos) como candidato, que só obteve 307 mil
votos (10,57% dos válidos), ficando na 5ª posição.
Sem mandato de
deputado federal, ou seja, sem foro privilegiado na Justiça, Agripino
poderá entrar na mira da operação Lava Jato e de outras investigações
por crimes contra a administração pública.
Atualmente, o senador
do DEM já é réu no Supremo Tribunal Federal em duas ações penais, por
suspeita de recebimento de propina em troca de vantagens para a
construtora OAS durante a construção da Arena das Dunas e em troca de
garantir o contrato de uma empresa inspeção veicular com o Governo do
Rio Grande do Norte durante a gestão de sua então correligionária no DEM
Rosalba Ciarlini.
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