9 de julho de 2018

EM DEPOIMENTO, HENRIQUE DEFENDE CUNHA E CRITICA “CRIMINALIZAÇÃO DA POLÍTICA”

Durante depoimento ao Juiz Francisco Eduardo Guimarães, titular da 14ª Vara da Justiça Federal, nesta segunda-feira, 9, o ex-deputado e ex-presidente da Câmara Federal, Henrique Eduardo Alves (MDB) voltou a negar qualquer envolvimento em várias acusações a ele imputadas no âmbito da Operação Manus. E aproveitou para lamentar o que qualificou como “criminalização da política”, que seria, segundo Henrique, “prejudicial à democracia”.










A Operação Manus, como ficou conhecida a denúncia de suposta lavagem de dinheiro e organização criminosa, também envolve o ex-presidente da Câmara dos Deputados imediatamente posterior a Henrique, Eduardo Cunha (MDB). Sobre Cunha, que o sucedeu na presidência da Câmara dos Deputados, Henrique o definiu como “amigo verdadeiro” e voltou a chorar durante algumas passagens do depoimento, que teve início às 9h20m sem hora para terminar.





Atualmente o ex-ministro está em prisão domiciliar, após ter passado quase de 11 meses detido na Escola da Polícia Militar, em Natal. Ao longo da oitiva, Henrique respondeu longamente à maioria das questões propostas pelo Juiz Francisco Eduardo Guimarães, negando todas as acusações a ele imputadas pelo Ministério Público. Entre elas, a de que teria agido junto ao Tribunal de Contas da União para que o BNDES liberasse as parcelas para a construção do estádio Arena das Dunas.






O juiz quis saber se procedia a versão segundo a qual Henrique teria dito que iria “pra cima” do TCU para resolver o problema e teve como resposta que todos os Ministros do órgão foram relacionados pela defesa do ex-deputado para desmentir essa versão.






Depois, Henrique passou a negar sistematicamente recebimento de contribuições de campanhas das empreiteiras OAS, Odebrecht e Andrade Gutierrez em atenção a “contrapartidas” negociadas com as empresas em questões pontuais ligadas à privatização de aeroportos, às obras da Arena das Dunas, ao porto de Maravilha, no Rio, operações ilícitas que teriam rendido repasses para as campanhas do ex-deputado superiores a R$ 5 milhões.






No último dia 4, Henrique virou réu em um processo que apura se ele lavou dinheiro ilícito desviado de uma obra do Rio de Janeiro conhecida como Porto Maravilha para uma offshore e, desta, para contas em paraísos fiscais. A decisão é do juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal.





O Juiz também quis saber da participação de Henrique na tentativa da Odebrecht de obter do então candidato ao governo do RN, em 2014, privatização da Caern caso fosse eleito. Para todas as questões, ele alegou que ouviu as demandas, mas jamais se comprometeu com elas.





E sobre os recursos recebidos à título de doação de campanha, afirmou que todas elas foram legais e registradas, envolvendo uma coligação de 17 partidos que o apoiavam na sucessão para o governo do RN.





À certa altura, Henrique afirmou que dedica “todo respeito e paciência democrática” às interpretações do Ministério Público e condenou a generalização “criminosa” que vem sendo dado à política.

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