“Nossos avós nunca imaginaram que um dia teríamos uma benção dessas aqui”, comemora Damiana da Silva, 50, que além de agora ter água encanada em casa, realizou um sonho de criança: começou o próprio sítio no quintal com pés de acerola, bananeira, caju e manga. Com mais de 100 anos de existência, a comunidade quilombola Aroeira, em Pedro Avelino, nunca teve água na torneira. Agora conta com água em todas as casas, quintais produtivos, sistema simplificado de reuso de águas cinza e 44 banheiros. O Governo do RN, por meio do projeto Governo Cidadão, Sethas e Banco Mundial, está investindo R$ 481 mil e melhorando a vida dos 170 descendentes de quilombolas.
Damiana diz que até bem pouco tempo atrás sobrevivia com dois galões de água por dia em casa: para cozinhar, beber água, tomar banho, lavar louça e roupa. “Tinha dia que não dava nem para lavar a cabeça. A roupa ia juntando e só lavava quando chovia, nos tanques. Era uma vida muito difícil”, conta. Hoje ela se orgulha de poder ligar a torneira e aguar as plantas do pequeno sítio, nos fundos da casa ainda em construção.
Os investimentos do Governo do RN incluem a implantação de um sistema simplificado de abastecimento de água, com perfuração e instalação elétrica de um poço tubular profundo, construção de reservatório elevado e uma rede de distribuição de água contemplando cada casa da comunidade. Esta fase do projeto foi concluída e todos os moradores já contam com água encanada em casa. Quarenta e quatro banheiros se encontram em fase final de obras e levarão mais saúde e higiene à comunidade.
Hélia da Silva, 52, presidente da Associação Comunitária São Francisco da Comunidade Aroeira, conta que resolveu se candidatar ao cargo para buscar algum projeto de acesso à água para as famílias. “Ter água para beber, tomar banho, lavar roupa, louça e cozinhar é muito importante. Todo mundo vai poder ter seu sitiozinho, sua horta. Sem contar os banheiros, porque todo mundo fazia as necessidades no meio do mato. É mais saúde e higiene pra gente”, comemora.
A presidente também começou a idealizar o próprio sítio e pretende plantar banana, feijão, milho, quiabo, alface, batatinha, cenoura, cebola e até alho. “Cuidar das plantas pra mim é uma terapia. A gente sabe que só mora na roça quem tem coragem”, diz.
Para o secretário de Gestão de Metas e Projetos, Vagner Araújo, a comunidade Aroeira supera um problema centenário e finalmente terá dignidade para seus moradores. “Acesso à água é prioritário para o Governo do RN e Banco Mundial. Por meio de projetos como este estamos mudando a realidade no semiárido potiguar”, enfatiza.
Nenhum comentário:
Postar um comentário