4 de novembro de 2015

JOSÉ MARIA MARIN SORRI, FALA POUCO E REVÊ MULHER EM NOVA YORK

José Maria Marin havia passado 157 dias preso em Zurique, 10 horas na classe econômica de um voo da Swiss até Nova York e mais um par de horas dentro da Corte Federal do Brooklyn, negociando os detalhes do acordo que lhe permitirá esperar em prisão domiciliar pelo julgamento de seu caso, após acertar o pagamento de US$ 15 milhões (R$ 57 milhões) de fiança. E tudo o que disse publicamente foram essas duas palavras.

José Maria Marin deixa corte no Brooklyn (Foto: AP)


O ex-presidente da CBF deixou o tribunal americano às 18h33 locais, 21h33 de Brasília. Já estava escuro. A rua onde fica o prédio é fechada para carros, o que fez Marin caminhar por exatos cinco minutos - cercado de seus advogados, da mulher, Neusa, e de pelo menos duas dezenas de jornalistas.

Faltaram respostas, mas sobraram perguntas a Marin. O senhor se arrepende de algo? Qual é a primeira coisa que o senhor vai fazer ao chegar em casa? O senhor quer dar algum recado para o Brasil? O senhor pode falar sobre o acordo que fez? Marin sorria, eventualmente acenava, mas não respondia. Só emitiu o tímido "boa noite".

José Maria Marin deixa corte no Brooklyn (Foto: AP)

No meio da caminhada até o carro, alguém que o acompanhava se deu conta de que estavam indo para o lado errado. Deram meia volta, passaram novamente em frente ao tribunal e Marin teve que ouvir mais uma bateria de perguntas - a que nunca respondeu - até se espremer junto no banco de trás do Chevrolet Suburban preto que o levou para casa.

Apesar dos sorrisos, a figura de Marin na saída do Tribunal em nada lembrou a que presidiu a CBF por três anos - entre 2012 e 2015. Quando viajava com a seleção brasileira, Marin usava o agasalho da comissão técnica, distribuía pins da confederação nos hotéis em que se hospedava, fazia questão de ir a treinos, dava entrevistas no varejo e no atacado

Durante a audiência, Marin se emocionou com a presença da mulher, Neusa, 78, a quem não via desde 27 de maio. Naquela manhã, após terem dormido juntos, Marin foi preso pela polícia suíça a pedido de autoridades americanas. Nunca teve nenhum contato com a mulher, a não ser por cartas. Ele pediu que ela nunca fosse visitá-lo na suíça. Ela atendeu.

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