15 de maio de 2014

GOVERNO PEDE AJUDA À FORÇA NACIONAL E AO EXÉRCITO PARA SUBSTITUIR PM EM PE

O governador de Pernambuco, João Lyra Neto (PSB), anunciou, em coletiva realizada na noite desta quarta-feira (14), no Palácio do Campo das Princesas, sede do Executivo estadual, que solicitou a ajuda dos homens da Força Nacional de Segurança Pública e do Exército para substituir os PMs grevistas. As tropas começaram a desembarcar no estado já na madrugada desta quinta (15) para fazer o policiamento ostensivo. Lyra Neto acrescentou que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, virá ao estado nesta quinta, acompanhado de um general designado para comandar as ações das Forças Armadas.

Governador de Pernambuco convoca coletiva para anunciar presença da Força Nacional de Segurança (Foto: Luna Markman / G1)

Uma comissão independente de PMs iniciou a paralisação na noite de terça (13) e decidiu manter a mobilização na noite desta quarta (14), após reunião com líderes do governo e representantes da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). “Pelo não cumprimento do acordo feito com a comissão dos deputados, com a minha presença, não tive outra alternativa para dar segurança ao povo pernambucano. Requisitei a Força Nacional para que pudesse ser mantida a ordem e a segurança pública em Pernambuco”, afirmou o governador.

Vândalos saqueiam lojas e caminhões e depredam ônibus em Abreu e Lima, PE (Foto: Reprodução / TV Globo)


Ele acrescentou que conversou “longamente” com o ministro da Justiça. “Ele [José Eduardo Cardozo] mandou a sua diretora de Segurança Pública para o Recife, conversei com ele e definirmos a convocação. Além dessa solicitação da Força Nacional, convocamos o Exército brasileiro para aumentar ainda mais a segurança. Também fiz um ofício para presidenta a Dilma Rousseff, conversei longamente com ela, que disse que o estado podia contar com toda a solidariedade”, acrescentou João Lyra Neto. Por questão de segurança, o número de homens que integrarão as tropas não foi informado.


Ainda segundo o governador, as lideranças do movimento não transmitiram aos grevistas o que foi acordado na reunião realizada na tarde desta quarta. “Inexplicavelmente eles tomaram essa decisão de continuar a greve. Dos 18 itens [da pauta de reivindicações da categoria], um já estava acordado desde 2011, quando foi pactuado um reajuste de 14,55% até 2014 e já íamos colocar em prática. Outros [pedidos] não são possíveis pelas limitações da legislação em ano eleitoral”, argumentou João Lyra Neto.

Vândalos saqueiam lojas e caminhões e depredam ônibus em Abreu e Lima, PE (Foto: Reprodução / TV Globo)

No início da noite desta quarta, o secretário da Casa Civil de Pernambuco, Luciano Vasquez, afirmou que entrou com ação na Justiça estadual e no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a abusividade e ilegalidade da paralisação dos policiais e bombeiros militares. A assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de Pernambuco informou que o pedido já está sendo analisado pelo presidente da Corte estadual, desembargador Frederico Neves.

De acordo com o secretário da Casa Civil de Pernambuco, na mesa de negociação com o governo, a categoria tinha se comprometido em encerrar a paralisação. "Nós avançamos dentro de uma negociação que já havia sido feita lá atrás (2011), quando tivemos o aumento de 14,54% na data base do próximo mês de junho. Outros pontos foram solicitados pela comissão de parlamentares e o governo, dentro da sua limitação legal, a legislação eleitoral e de responsabilidade fiscal, conseguiu avançar em alguns", argumentou Vasquez.


Um dos representantes dos PMs, soldado Joel Maurino, afirmou que a paralisação foi mantida porque não foi fechado acordo quanto ao aumento de 50% no salário-base, uma das reivindicações da categoria. “Mesmo sendo ano eleitoral e com a Lei de Responsabilidade Fiscal, PMs de outros locais, como Rio de Janeiro e Manaus, tiveram aumento maior que o nosso. Não é possível que Pernambuco, um estado que teve um crescimento grande nos últimos anos, não consiga nos dar esse reajuste”, comentou.

Segundo PRF, pelo menos nove pessoas foram detidas sob suspeita de furto qualificado após arrastão em Abreu e Lima (Foto: Divulgação / Polícia Rodoviária Federal)

Ainda segundo ele, durante a reunião, ficou acordada a criação, a partir de quinta (15), de uma comissão especial para tratar da reestruturação do centro médico hospitalar da PM. “Também tivemos a garantia da Alepe de que, até 30 de julho, será resolvida a questão das promoções. Já a incorporação da gratificação do risco de vida no salário, no valor de R$ 500, será votada até 30 de julho no plenário da Assembleia”, acrescentou Joel Maurino.

O grupo envolvido na mobilização também pleiteia, entre outros pontos, aumento do vale-refeição e estruturação do Plano de Cargos e Carreiras (PCC) da corporação.


Na noite desta quarta, lojas foram arrombadas e saqueadas em Abreu e Lima, cidade do Grande Recife. Um grupo também saqueou pelo menos dois caminhões -- sendo um deles dos Correios e outro de uma transportadora de carga -- e depredou vários ônibus em um trecho da BR-101, que corta o município. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) foi acionada e enviou 35 homens para o local. Nove pessoas foram detidas e levadas à Delegacia de Paulista (Grande Recife) suspeitas de furto qualificado. O clima na região ainda é tenso.

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