19 de fevereiro de 2013

PERITO GARANTE QUE PEGADA NA PORTA É DE GIL RUGAI

O segundo dia do julgamento de Gil Rugai está previsto para começar às 9h30 desta terça-feira (19) no plenário do Fórum Criminal da Barra Funda, na Zona Oeste da capital paulista. Neste segundo dia, mais duas testemunhas de acusação, Alberto Bazaia Neto, amigo de Gil Rugai, e o delegado Rodolfo Chiarelli, que presidiu o inquérito que investigou o caso, deverão ser ouvidos. Em seguida, estão previstas o depoimento de ao menos nove testemunhas da defesa e, por último, mais uma do juízo.

Júri de Gil Rugai ocorre desde 13h15 no Fórum da Barra Funda, em São Paulo (Foto: Adriano Lima/Brazil Photo Press/Estadão Conteúdo)Júri de Gil Rugai ocorre desde 13h15 no Fórum da Barra Funda, em São Paulo (Foto: Adriano Lima/Brazil Photo Press/Estadão Conteúdo)

O primeiro dia de julgamento foi interrompido às 21h desta segunda-feira (18) com uma polêmica entre acusação e defesa em relação a um erro em um vídeo de realidade virtual feito com auxílio da perícia do Instituto de Criminalística (IC). No filme, foi apresentado o solado do sapato que seria de Rugai e a sola do réu. Mas, em vez de utilizar um sapato do pé direito, a simulação usou um esquerdo.

Ubirajara Mangini K. Pereira, assistente de acusação do promotor Rogério Leão Zagallo no julgamento de Gil Rugai, admitiu, na noite desta segunda-feira, que o 'lapso' no vídeo pode gerar uma dúvida nos jurados em relação à participação do réu nas mortes de Luiz Carlos Rugai e Alessandra de Fátima Troitino. "Pode colocar sim (uma dúvida grande nos jurados). Agora vai caber à defesa e à acusação aproveitar isso. Nós estamos convictos quanto à conclusão dos laudos", admitiu Pereira.

Apesar disso, o assistente da promotoria disse que o engano no vídeo não tira a credibilidade do trabalho da perícia no caso. "Não acredito que descredibiliza, até porque o perito (Adriano Iassmu Yonamine, testemunha de acusação), os cinco peritos (que assinam os laudos) na verdade, não mencionam essa realidade virutal. Não está nem no laudo dele", afirmou.

Marcelo Feller, um dos advogados de defesa de Gil Rugai, por sua vez, aproveitou o engano cometido no vídeo para tentar desqualificar todo o trabalho feito pela perícia na época bem como o depoimento do perito Adriano Iassmu Yonamine, o segundo a ser ouvido no primeiro dia de julgamento.

"Foi feito com o sapato errado. Trocaram o pé direito pelo pé esquerdo Tanto fizeram, tanto disseram , tanto queriam dizer que era o pé do Gil Rugai que fizeram o pé direito do Gil entrar no sapato esquerdo. Isso não é perícia, é pseudo ciência. Isso é piada pronta", ironizou Feller. Para a defesa, apesar de não constar do laudo dos peritos, o vídeo tem de ser levado em consideração. "Chama-se realidade (virtual). Não invalida o laudo?", questionou.

Depois de dar seu depoimento no júri, Adriano Yonamine admitiu, ao deixar o fórum, o engano no vídeo, mas que este não invalida as conclusões do laudo. "Foi um engano que a gente cometeu, provavelmente na pressa, e a gente colocou a imagem invertida. Só isso. É só uma questão de imagem. Mas não afeta em nada a conclusão do laudo", declarou.

Presença inequívoca

Para Yonamine, as perícias realizadas onde Luiz Carlos Rugai e Alessandra de Fátima Troitino foram mortos apontaram “a presença inequívoca de Gil Rugai” no local do crime.

O réu, segundo o perito, teria desferido um chute que arrombou a porta de uma sala de TV, na qual Luiz Carlos Rugai teria se refugiado para evitar ser morto. “Não resta dúvida que o chute foi desferido pelo réu.”

Na ocasião, o chute desferido deixou a impressão do solado de um sapato, marca essa que foi objeto de estudo por parte da perícia. Os testes realizados apontaram ao menos três compatibilidades relacionadas à presença do réu no local do crime.


De acordo com Yonamine, Gil Rugai, com base em sua altura, 1,63m, e compleição física, seria capaz de desferir o chute na altura, de 78 cm, em que deixou a impressão do solado na porta. Além disso, a impressão do solado era compatível com o tamanho do pé do réu, o que foi apontado em análises realizadas em sapatos do acusado.

Em terceiro lugar, exames de ressonância comprovaram que Gil Rugai apresentava uma lesão no terço médio do pé direito. “Os profissionais consultados atestaram que essa lesão só é provocada mediante forte impacto”, disse Yonamine.

O perito contou ainda que chegou a ligar para o ex-professor de jiu jitsu do réu para saber se ele teria condições de dar tal chute e arrombar a porta. “Ele (o professor de jiu jitsu) disse que o réu tinha força suficiente para dar o chute”, afirmou o perito.


Devido às compatibilidades relacionadas ao réu apontadas pelos laudos, Yonamine afirmou que não tem dúvidas de Gil Rugai estava presente no local no dia do crime. “Tudo isso converge para o réu. Coincide mesmo, encaixa perfeitamente. É certeza (que o réu deu o chute), porque todos os elementos apontam para ele”, declarou.

Em seguida, a defesa de Rugai mostrou o vídeo de realidade virtual feito com auxílio da perícia do Instituto de Criminalística. "Foi um lapso nosso", disse Yonamine ao ser confrontado com o equívoco. O advogado Feller rebateu: "Ele ficou três anos preso por esse erro".

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