EX DESPACHANTE É PRESO PELA DEPROV

Após um ano de investigação, uma equipe da Delegacia Especializada na Defesa da Propriedade de Veículos e Cargas (DEPROV) efetuou, na manhã desta sexta-feira (11), a prisão de um despachante identificado como Gilberto Bezerra dos Santos, de 34 anos. Ele é acusado de falsificar vários documentos de veículos e passaportes internacionais, se passando por funcionário do Departamento Estadual de Trânsito do Rio Grande do Norte (DETRAN-RN), apesar de estar oficialmente descredenciado há cerca de oito meses.

De acordo com o delegado Ulysses de Sousa, titular da Deprov, as investigações tiveram início quando inquéritos policiais envolvendo veículos com problemas de documentação começaram a aparecer na delegacia. O delegado explica que os proprietários dos carros diziam ter feito todos os procedimentos de legalização com o mesmo despachante, conhecido apenas como “Gilberto”.

“As pessoas acreditavam que ele facilitava o processo e fazia tudo de forma legalizada, quando na verdade eram emitidos documentos falsificados. Ele inclusive usava um crachá vencido do Detran e mesmo assim circulava diariamente pelo departamento oferecendo os serviços”, explica. “Só de uma das vítimas, ele teria cobrado R$ 900”.

Ainda segundo o delegado da Deprov, o acusado foi preso nas dependências do Detran, às 9h30, com um vasto material que o incriminava. Foram apreendidos com ele pelo menos 35 documentos falsos, cinco passaportes internacionais (Brasil-Bélgica), um revólver calibre 38 com numeração adulterada, Boletins de Ocorrência em branco, chaves de pino para adulteração de chassi, R$ 475 em dinheiro, entre outros objetos e documentos. Parte do material foi encontrada no interior de um veículo Chevrolet modelo Corsa e outra dentro de uma mala que estava em posse dele no momento do flagrante.

O acusado, apesar de não ter reagido à prisão, nega ser autor dos crimes. No entanto, diante de todas as acusações e evidências, ele será autuado por adulteração, estelionato, falsidade de títulos e outros papéis públicos, petrechos de falsificação, falsificação de documento público, falsidade ideológica e porte ilegal de arma com agravante de adulteração. A princípio, ele ficou detido na Deprov, mas será encaminhado ainda hoje ao Centro de Detenção Provisório (CDP) da Zona Norte.

“Com essa prisão, começamos a desencadear uma investigação mais aprofundada, pois acreditamos que outras pessoas trabalhavam com Gilberto. Tudo indica que ele não agia sozinho”, afirma. “Agora o nosso trabalho estará focado na identificação dos possíveis envolvidos”, completa Ulisses.