No mês dedicado a Nossa Senhora, é tradição na Paróquia do Divino Espírito Santo, de Ouro Branco-RN, as homenagens àquela que é a Mãe de Jesus. Durante todo o mês de maio, os fiéis se reúnem, à noite, para celebrarem as novenas.O mês sempre é fechado com a Coroação de Nossa Senhora, celebração que atrai centenas de pessoas, e que conta com o envolvimento de aproximadamente 200 pessoas na organização do evento.
Este ano, a Imagem a ser coroada será a de Nossa Senhora de Nazaré, no sábado, dia 29 de maio. E a novidade é que será desenvolvida uma programação especial, que servirá para contar a história da santa, bem como levar os fiéis a participarem de um momento profundo de oração e fé.
Domingo, dia 30, às 5h:30min, os católicos deverão se concentrar às margens do açude do Divino Espírito Santo (Esguicho), para receberem a recém-chegada imagem da Virgem de Nazaré, que virá em uma canoa, guiada por um pescador da comunidade.
A imagem, ao chegar em terra, será levada em uma carro de boi, e em seguida seguirá, em direção à cidade de Ouro Branco-RN, em peregrinação, quando os fiéis puxarão em cordas que estarão ligadas ao carro que levará a Imagem.
Ao chegar à entrada da cidade, uma procissão se formará, tendo como destino a Matriz do Divino Espírito Santo. Lá, será dada uma bênção especial. Em seguida, será servido um café da manhã partilhado, em frente à Casa das Irmãs Josefinas.
Segundo informações do Pe Carlos Henrique, administrador paroquial, este será um grande momento para a comunidade reavivar sua fé em Nossa Senhora.
História
A devoção a Nossa Senhora de Nazaré teve início em Portugal. A imagem original da Virgem pertencia ao Mosteiro de Caulina, na Espanha, e teria saído da cidade de Nazaré, em Israel, no ano de 361, tendo sido esculpida por São José. Em decorrência de uma batalha, a imagem foi levada para Portugal, onde, por muito tempo, ficou escondida no Pico de São Bartolomeu. Só em 1119, a imagem foi encontrada. A notícia se espalhou e muita gente começou a venerar a Santa. Desde então, muitos milagres foram atribuídos a ela.
No Pará, foi o caboclo Plácido José de Souza quem encontrou, em 1700, às margens do igarapé Murutucú (onde hoje se encontra a Basílica Santuário), uma pequena imagem da Senhora de Nazaré. Após o achado, Plácido teria levado a imagem para a sua choupana e, no outro dia, ela não estaria mais lá. Correu ao local do encontro e lá estava a “Santinha”. O fato teria se repetido várias vezes até a imagem ser enviada ao Palácio do Governo. No local do achado, Plácido construiu uma pequena capela.
Em 1792, o Vaticano autorizou a realização de uma procissão em homenagem à Virgem de Nazaré, em Belém do Pará. Organizado pelo presidente da Província do Pará, capitão-mor Dom Francisco de Souza Coutinho, o primeiro Círio foi realizado no dia 8 de setembro de 1793. No início, não havia data fixa para o Círio, que poderia ocorrer nos meses de setembro, outubro ou novembro. Mas, a partir de 1901, por determinação do bispo Dom Francisco do Rêgo Maia, a procissão passou a ser realizada sempre no segundo domingo de outubro.
Tradicionalmente, a imagem é levada da Catedral de Belém à Basílica Santuário. Ao longo dos anos, houve adaptações. Uma delas ocorreu em 1853, quando, por conta de uma chuva torrencial, a procissão – que ocorria à tarde – passou a ser realizada pela manhã.
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