Telegramas da embaixada brasileira em Havana revelam que partiu de Cuba
a proposta para criar o programa Mais Médicos no Brasil, e que a
negociação com o governo Dilma Rousseff (PT) ocorreu de forma secreta.
Os documentos mostram ainda que foi adotada uma estratégia para que o
programa fosse colocado em prática sem precisar da aprovação do
Congresso Nacional. A troca de mensagens foi publicada pelo jornal
"Folha de S.Paulo".
Segundo a reportagem, Cuba apresentou todo o projeto, desde o envio de
médicos e enfermeiras, até a assessoria para a construção de hospitais, a
preços vantajosos, demonstrando a negociação de um acordo comercial
entre os dois países.
Os telegramas, mantidos em sigilo por cinco anos, mostram que as
negociações foram confidenciais para evitar reações da classe médica
brasileira e do Congresso.
A estratégia adotada para evitar que a contratação dos médico cubanos
precisasse passar pelo Congresso é relatada em telegrama da Embaixada do
Brasil em Havana assinado pelo encarregado de negócios Alexandre
Ghisleni e enviado ao Ministério das Relações Exteriores (MRE) em 7 de
dezembro de 2012.
O documento resume uma visita de Padilha ao país entre os dias 2 e 4 de
dezembro de 2012, e diz que "o tema que mais ocupou a agenda do
Ministro (...) foi a possibilidade de contratação pelo Governo
brasileiro de serviços médicos cubanos, mediante o envio de mais de
6.000 médicos a regiões remotas do país".
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