O deputado federal Fábio Faria (PSD) criticou o ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo Alves (PDT) por ter renunciado ao cargo para concorrer ao Governo do Estado nas próximas eleições. Para Fábio, o pedetista terá de “explicar” à população da capital potiguar por que descumpriu a promessa feita durante a campanha, de que não iria se afastar do mandato para disputar um novo mandato.
“Ao se eleger, o prefeito de Natal prometeu ficar os quatro anos no cargo. E agora temos um vice-prefeito, que já assumiu, que é da cidade de Caicó [Álvaro Dias, do PMDB]. Como é que a população vai entender isso?”, interrogou o deputado.
Fábio insinuou ainda que Carlos Eduardo deixou o mandato sem ter feito grandes realizações no período em que esteve à frente da Prefeitura de Natal. “As pessoas vão avaliar os mandatos dele. Eu, particularmente, estou bastante ansioso para ver o que ele vai mostrar, pois eu não sei nada que o prefeito de Natal fez”, disse.
Filho do governador Robinson Faria (PSD), Fábio rebateu críticas feitas por Carlos Eduardo à gestão estadual. Ao renunciar ao cargo e avisar que é pré-candidato a governador, o prefeito prenunciou um cenário de “descontrole fiscal extremamente difícil” no Governo do Estado. Segundo o pedetista, a situação econômica do Estado lembra a da Prefeitura de Natal no período anterior à sua posse, em 2013.
“Primeiro, o prefeito tem que olhar para o umbigo dele. A Prefeitura de Natal hoje está com um rombo de R$ 175 milhões”, refutou Fábio Faria, referindo-se ao montante de dívidas deixadas por Carlos Eduardo para o sucessor.
O deputado assinalou que, a despeito das críticas do ex-prefeito de Natal e da crise econômica dos últimos anos, “o Governo do Estado vem fazendo a sua parte”. “O governo vem trabalhando, porque tem uma equipe técnica e de gestão. O governo não ficou fazendo proselitismo nem campanha de divulgação. É um trabalho árduo”, acrescentou.
Fábio Faria elencou diversos fatores que, na opinião dele, prejudicaram a implementação de ações governamentais. Ele frisou, por exemplo, o aumento de quase 300% na folha de inativos do Estado nos últimos três anos. “O governo começou com a folha de inativos na faixa dos R$ 50 milhões e hoje está com R$ 150 milhões”.
“Além disso, 2016 foi o ano da maior recessão da história do Brasil nos últimos cem anos. É fácil governar quando os ventos sopram a favor, quando o Brasil está crescendo. Mas é difícil quando vem impeachment de presidente da República, impeachment de presidente da Câmara e crise econômica grave”, emendou.
O deputado federal complementou que a perspectiva é de melhora nas finanças do Estado nas próximas semanas ou meses, com a obtenção de receitas extraordinárias. “Há três ações sobre as quais o governo está trabalhando: venda da folha de pagamento, antecipação de royalties e compensação previdenciária. Só neste último caso, serão R$ 166 milhões a mais, em quatro parcelas”.
Fábio Faria disse também que o déficit previdenciário deverá ser reduzido em breve, já que o número de aposentados pelo Estado tende a ficar estável. “Com a retirada da reforma da Previdência de pauta, as pessoas pararam de se aposentar. Isso era um fator que impossibilitava a quitação da folha, pois toda vez que o governo aumentava 5% da arrecadação, havia um aumento explosivo da folha de inativos. As pessoas estavam se antecipando com medo de não se aposentarem depois”, concluiu.
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