A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira, (31), a Operação
Via Trajana com a finalidade de reunir provas de desvio de recursos
públicos e lavagem de dinheiro, entre outros delitos, no Estado do Rio Grande
do Norte, fatos ocorridos nos anos de 2009 a 2010. A operação decorre de
trabalho anterior realizado pela própria Polícia Federal e o Ministério Público
Federal quando da deflagração da primeira fase da investigação denominada Via
Ápia.
27 mandados judiciais de busca e apreensão foram sendo cumpridos por 120
policiais federais na Grande Natal e em mais 7 Estados da Federação.
Em virtude de novas evidências
surgidas durante o trâmite das ações penais em curso restou evidenciada a ação
criminosa de outros envolvidos que à época não foi possível apontar. Entre os
diversos fatos sob apuração está o pagamento de vantagem pecuniária indevida,
propina, em contratos celebrados entre o DNIT/RN e construtoras responsáveis
pelas obras rodoviárias no RN.
Via Trajana, também conhecida Via Romana,
é a extensão da Via Ápia. Faz-se associação entre as vias romanas e o objeto da
investigação que apura corrupção nos contratos de adequação da BR-101 e as
obras de manutenção das rodovias federais do RN.
A Via Ápia foi realizada no dia 5 de
novembro de 2010 e resultou no ajuizamento de denúncias e ações de
improbidade contra 25 envolvidos, dentre os quais o ex-chefe de
engenharia do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte
(Dnit/RN), Gledson Golbery de Araújo Maia, e o ex-superintendente
regional do Dnit, Fernando Rocha Silveira, além de integrantes de
empresas como a Constran, Galvão, Construcap e ATP Engenharia.
As acusações incluem formação de
quadrilha; peculato; corrupção ativa e passiva; lavagem de dinheiro; e
crimes contra a Lei de Licitações.
Gledson Maia é sobrinho do presidente estadual do PR, ex-deputado
federal João Maia. Inclusive, foi o republicano que indicou o comando do
Dnit no Rio Grande do Norte.
O suposto envolvimento de João Maia no
esquema das rodovias lhe rendeu a acusação de recebimento de propina. No
dia 8 de fevereiro deste ano, o Ministério Público Federal confirmou
que o ex-deputado teria recebido R$ 1,2 milhão em propina paga por
apenas uma das três empresas que participaram do consórcio responsável
por parte das obras na BR-101 no Rio Grande do Norte, entre 2008 e 2010.
A informação está em um acordo de
delação premiada firmada pelo Ministério Público Federal com os
engenheiros Roberto Capobianco, Marco Aurélio Costa Guimarães e
Frederico Eigenheer, da Construcap, à qual o portal de notícia G1 teve
acesso.
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