O Departamento de Estado dos Estados Unidos divulgou, nesta terça-feira (12), o relatório anual de 2024 sobre as práticas de direitos humanos no Brasil. O documento destaca uma série de retrocessos significativos em áreas como liberdade de expressão, repressão política e violência policial, especialmente contra populações negras e indígenas.
O relatório critica ações do sistema judiciário brasileiro que, segundo o Departamento de Estado, restringiram a liberdade de expressão e a liberdade na internet. Menciona o bloqueio de milhões de usuários em uma plataforma de mídia social em resposta a um caso de assédio, além de ações judiciais que, conforme o relatório, minaram a liberdade de expressão, especialmente em relação a aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. Essas ações resultaram em sanções e tarifas dos EUA contra o Brasil, incluindo medidas contra o presidente do Supremo Tribunal Federal.
O relatório também destaca a violência policial no Brasil, apontando que a polícia tem sido responsável por um número significativo de homicídios, com uma grande parte das vítimas sendo jovens negros. Além disso, menciona a discriminação racial persistente em várias esferas da sociedade brasileria, incluindo no sistema de justiça e nas políticas públicas.
O documento aponta um aumento na violência de gênero, com um número recorde de casos de feminicídio e violência doméstica. Além disso, destaca a violência contra comunidades indígenas, incluindo assassinatos e conflitos por terras, exacerbados por políticas públicas que não garantem a proteção adequada desses grupos.
Sob a administração Trump, o Departamento de Estado revisou significativamente o relatório de 2024, removendo referências à discriminação contra pessoas LGBTQIA+ e direitos reprodutivos, enquanto enfatizava a liberdade de expressão e posições antiaborto. Essa mudança gerou críticas de grupos de direitos humanos, como a Anistia Internacional, que acusaram o governo de minimizar abusos globais de direitos humanos.
O relatório de 2024 reflete uma abordagem mais crítica da administração Trump em relação ao Brasil, destacando preocupações com a liberdade de expressão e a independência judicial. Essas avaliações contrastam com os relatórios anteriores, que apresentavam uma perspectiva mais equilibrada sobre a situação dos direitos humanos no país.
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