A Polícia Federal apura se o senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Pandemia, recebeu parte de uma propina de R$4 milhões paga pelo Consórcio Estaleiro Rio Tietê, em Araçatuba (SP), em um contrato com a Transpetro, subsidiária da Petrobras.
A suspeita inicial era que Renan teria recebido doações eleitorais ilícitas por empresas do consórcio, mas as investigações levaram a PF à pista de que o dinheiro teria sido pago a título de propina.
A delegada federal Lorena Lima Nascimento enviou relatório ao ministro Edson Fachin, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), solicitando prazo maior para apuração do caso.
A policial explica no documento, segundo a revista, que a mudança no rumo do inquérito está baseada sobretudo em relatos de Sérgio Machado, ex-senador e ex-presidente da Transpetro, indicado e mantido no cargo por mais de 11 anos pelo “padrinho” Renan e o “MDB do Senado”, liderado pelo político alagoano.
Presidente da subsidiária da Petrobras de 2003 a 2015, Machado fechou acordo de delação premiada, em 2016, com a Procuradoria-Geral da República.
Segundo Machado, após a assinatura do contrato com o Consórcio Estaleiro Rio Tietê para construção de barcaças, em 23 de novembro de 2010, ele pediu ao empresário Wilson Quintella, sócio-administrador do consórcio, em torno de 1% de propina sobre acerto.
O valor equivalia a cerca de R$4 milhões e foi pago em espécie, de
acordo com o delator Sérgio Machado, que “justificou” o pedido alegando a
necessidade de “apoio financeiro” das empresas para que ele mantivesse o
“apoio institucional” dos políticos na presidência da estatal, entre
eles Renan Calheiros.
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