Um total de 35 mil toneladas, sendo 20 mil 
de peixes e 15 mil de camarões. Este deve ser o resultado das 
exportações de pescados do Rio Grande do Norte neste ano até o fim deste
 mês. É o que estima o subsecretário da Pesca no Estado, Antonio-Alberto
 Cortez, que se um lado comemora o retorno da hegemonia do Estado nas 
exportações do Nordeste, por outro lado lamenta a seca prolongada que 
prejudicou a pesca artesanal, com desaparecimento de açudes e lagos.
Na pesca industrial ou oceânica, Cortez 
destaca a implantação do Programa de Equalização Econômica do Preço do 
Óleo Diesel para Embarcações Pesqueiras, que trouxe descontos de 17% no 
preço dos combustíveis. Apesar de boa parte da frota oceânica não ter 
aderido ao programa, quem fez parte dele está colhendo bons frutos e não
 pretende sair. “Outros países oferecem subsídios ao setor pesqueiro e o
 Brasil agora está fazendo sua parte para que possamos pescar em águas 
internacionais nas mesmas condições”, disse Cortez.
Já na pesca artesanal, Cortez não nega que 
ficou uma certa frustração – não por conta da falta de ações, e sim por 
causa da seca – que causou o esvaziamento de rios, açudes e lagos. “Sem 
chuva é difícil agilizar programas como o Aquicultura Familiar, mas 
ainda bem que desta vez estes pescadores vão receber o seguro da 
previdência porque a situação não é nem de queda de volume de água, e 
sim de seca mesmo”, explica Cortez.
Para contrabalançar estragos climáticos, 
Antonio-Alberto Cortez revela que o melhor mesmo veio com a concessão e 
agilização das licenças ambientais, que facilitou – para os produtores 
de bons lençóis de água – o cultivo de diversas espécies, o que incluem 
as exóticas, como o peixe panga, voltado para viveiros escavados. “Temos
 mais alternativas para a produção, além da tilápia. Agora precisamos 
fazer um censo do setor de pesca do Estado para termos números mais 
completos”, disse Cortez. A tilápia rende uma produção de 4,5 mil 
toneladas por ano.
Ao todo a produção de peixes chegará – até o
 fim deste ano – a 20 mil toneladas e isso inclui o salmão pescado em 
alto mar, cuja produção é de três mil toneladas. Quanto à 
carcinicultura, Cortez não escondeu a felicidade da produção ter 
atingido – ano passado – 15 mil toneladas. Para este ano, Cortez 
acredita que o número será um pouco maior, principalmente porque o vírus
 da mancha branca foi contido e muitos produtores apresentaram inovações
 tecnológicas.
O ideal, segundo Cortez, era o Rio Grande 
do Norte ter três ciclos de invernos completos, o que mudaria a situação
 dos pescadores artesanais. Hoje, em todo o Estado, há mais 30 mil 
trabalhadores da pesca, dos quais 25 mil são de artesanal e cinco mil da
 oceânica. Há ainda outros 50 mil trabalhadores ligados à cadeia 
produtiva da aquicultura – que absorve a piscicultura e carcinicultura. 
No âmbito federal, Cortez lamentou a retirada de status da pesca de 
ministério para uma secretaria dentro da agricultura.
Por: Elias Luz - Foto: José Aldenir / Agora RN. 

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