Quatro dos funcionários fantasmas supostamente envolvidos em um esquema
de corrupção na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte estavam
inscritos no Bolsa Família enquanto recebiam os salários da Casa. Eles
são investigados na Operação Canastra Real,
deflagrada pelo Ministério Público na segunda-feira (17). O esquema
fraudulento desviou R$ 2,4 milhões em recursos públicos, segundo o MP,
que nesta quarta (19) divulgou as informações que embasaram os pedidos
de prisão e busca e apreensão.
De acordo com o levantamento feito pelo Ministério Público, os quatro
servidores ocupavam cargos na Assembleia Legislativa potiguar com
salários de até R$ 5 mil. Entretanto nunca deixaram a linha de extrema
pobreza e recebem até hoje o benefício do Bolsa Família. Todas essas
pessoas moram no interior do estado.
Duas delas tinham fornecido procuração ao secretário-geral da
Presidência da AL para que ele pudesse fazer operações em suas contas
bancárias. Ambas moram na cidade de Touros e, mesmo ocupando os cargos
de assessores políticos, nunca tiveram a renda alterada no cadastro do
Bolsa Família. O secretário-geral da Presidência sacava mensalmente
quantias em diferentes contas bancárias. O MP apurou que ele possuía 51
procurações, e a maioria era de servidores e ex-servidores da Casa.
As outras duas mulheres tinham cargos indicados pela chefe de gabinete
da Presidência, Ana Augusta Simas Aranha Teixeira de Carvalho, maior
operadora do esquema, ainda segundo o Ministério Público. A situação era
a mesma: apesar das nomeações na Assembleia, as duas continuavam
recebendo o Bolsa Família. Elas são da cidade de Espírito Santo.
“A nomeação dos apaniguados em cargos com alta remuneração financeira
da ALRN serviu exclusivamente para desvio de dinheiro público, sobretudo
em favor da arregimentadora do esquema”, argumenta o MP.
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