Victor Escobar Prado, de 60 anos, deve se tornar nesta
sexta-feira (7) a primeira pessoa a morrer por eutanásia na Colômbia sem sofrer
de uma doença terminal. Ele lutou na Justiça durante dois anos para conseguir
que seu pedido fosse aprovado.
Antes dele, Martha Líria Sepúlveda, de 51 anos, também
tentou passar pelo procedimento, mas sua eutanásia foi suspensa horas antes do
programado. Ela sofre de esclerose lateral amiotrófica (ELA), e relatou sentir
dores e ter perdido o movimento das pernas, o que a atrapalha na vida
cotidiana. A doença é degenerativa e sua saúde vai piorar progressivamente, sem
chances de cura.
Escobar tem diversos problemas de saúde,
acumulados após sofrer dois acidentes vasculares cerebrais (AVCs), em 2007 e
2008 e agravados por um sério acidente automobilístico, há quatro anos, que fez
com que fosse submetido a quatro cirurgias na coluna.
Além de dificuldades de mobilidade, com o lado esquerdo do
corpo paralisado, ele sofre de uma doença pulmonar obstrutiva crônica, fibrose
pulmonar, tem diabetes e hipertensão. O colombiano também sofreu uma trombose e
tem problemas cardíacos, com um dos lados do coração maior que o outro.
Em entrevistas, ele afirmou que nos últimos quatro anos
seus dias são de “sofrimento e dor”, e que ele expele sangue dos pulmões,
perdeu o controle sobre a eliminação de fezes e urina e a memória.
A eutanásia, ou morte assistida, é legalizada na Colômbia desde 1997. O país, aliás, foi o primeiro na América do Sul a legalizar
o procedimento. Porém, a prática valia apenas para pacientes que
tivessem doenças terminais — ou seja, seria uma forma de abreviar o
sofrimento da pessoa em situação já irreversível, se assim fosse a
decisão dela.