Consórcio formado pela OAS, Galvão Engenharia, Barbosa Mello e Coesa, responsável por dois dos 14 lotes da transposição do Rio São Francisco, foi alvo da Operação Vidas Secas, deflagrada ontem pela Polícia Federal. A operação apura suspeitas de desvio de R$ 200 milhões das obras de transposição sob execução do consórcio. Foram presos temporariamente o presidente da OAS, Elmar Varjão, e o executivo do Grupo Galvão Mario de Queiroz Galvão.

Cerca de 150 policiais federais cumpriram quatro mandados de prisão, quatro de condução coercitiva e 24 de busca e apreensão em Pernambuco, Goiás, Mato Grosso, Ceará, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Bahia e Brasília. Além de Varjão e Queiroz Galvão, foram detidos o executivo da Galvão Engenharia Raimundo Maurílio de Freitas e o executivo Alfredo Moreira Filho, ex-representante da Barbosa Mello.
Embora tenha alvos em comum, a ação desta sexta não tem relação com a investigação sobre o esquema de corrupção na Petrobras. Iniciada no ano passado, a Operação Vidas Secas partiu de dados do Tribunal de Contas da União e da Controladoria-Geral da União Após um compartilhamento de informações com a Lava Jato, a PF constatou uma movimentação de dinheiro do Ministério da Integração para contas das empreiteiras e, depois, para empresas de fachada do doleiro Alberto Youssef.
A investigação mira em uma suspeita de desvio em contrato de R$ 680 milhões do Ministério da Integração Nacional com o consórcio Apurações mostraram que as empresas do consórcio receberam verba da pasta para as obras e repassaram cerca de R$ 200 milhões para empresas de fachada de Youssef e do também doleiro Adir Assad. Os dois já foram condenados no âmbito da Lava Jato.
A prisão de Varjão ocorre quatro meses após o ex-presidente da OAS José Aldemário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro, ser condenado a 16 anos de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa na Lava Jato. Como Pinheiro foi preso em novembro de 2014, Varjão é o segundo presidente da empresa detido por suspeita de desvio de dinheiro em um ano.
O Grupo Galvão informou que ainda não tomou conhecimento dos detalhes da investigação. A Galvão Engenharia afirmou que colabora com as autoridades. O Ministério da Integração Nacional não comentou a operação de ontem. Os advogados Antonio Figueiredo Basto, que defende Youssef, e Miguel Pereira Neto, que representa Adir Assad, informaram que só vão se manifestar depois que tiverem acesso aos autos.
Por isto que a agua não chega no Nordeste.
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