9 de janeiro de 2009

REFORMA ORTOGRÁFICA DEVE CUSTAR R$ 30 MILHÕES ÀS EDITORAS BRASILEIRAS

O ano novo trouxe mudanças, mas uma editora de Curitiba já estava prevenida. “95% do nosso catálogo hoje já está na reforma ortográfica”, afirma Emerson Santos, diretor da editora Positiva.

A empresa publica livros didáticos e um dos dicionários mais conhecidos da língua portuguesa. Desde o ano passado, mais de 20 revisores foram contratados pra atualizar todo o conteúdo.

O grande investimento foi em pessoas. Nós tivemos que busca esse pessoal no mercado e montar essa equipe, tem que ser um pessoal qualificado pra dar conta de toda essa revisão de materiais”, fala Santos.

A reforma ortográfica foi feita para aproximar as escritas nos países em que se fala o português.

Agora, as letras k, w e y fazem parte do nosso alfabeto.

O sinal trema deixa de existir - exceto em palavras estrangeiras e em suas derivadas. Exemplo: Müller

O hífen desaparece em palavras com determinados prefixos, como auto, contra, semi e infra. Mas passa a ser usado onde não existia, por exemplo, para separar vogais repetidas, como nas palavras anti-inflamatório e micro-ondas.

O acento agudo some de algumas paroxítonas com ditongo: ideia, jiboia e heroico, por exemplo. E o acento circunflexo também não existe mais em hiatos, como voo, enjoo e veem.

Na editora que publica o Diário Oficial do Estado em São Paulo, por enquanto, o velho e o novo convivem nas páginas. As reportagens já são publicadas de acordo com as novas regras ortográficas. Mas os textos de leis, resoluções e decretos não podem ser mudados: têm que sair exatamente como o autor os enviou.

É por isso que no Diário Oficial ainda é possível encontrar a palavra assembleia escrita com e sem acento. O correto, agora, é sem.

Nós fizemos aqui uma capacitação bastante grande com nossos jornalistas e revisores e adquirimos softwares, que vão nos ajudar nessa questão”, conta Hubert Alquéres, presidente da imprensa oficial.

As revisões devem custar R$ 30 milhões às editoras. Para a Câmara Brasileira do Livro, é um investimento, já que as mudanças podem aumentar a venda de obras nacionais em outros países de língua portuguesa.

“Antigamente a gente sempre precisava adaptar, fazer adaptação, e a gente dependia de editores portugueses, de outros países, Com essa nova ortografia, acho que vai abrir um mercado imenso lá fora. É uma oportunidade enorme, principalmente pra literatura brasileira”, fala Roseli Bosquini, presidente da Câmara Brasileira do Livro.
Fonte: Jornal da Globo

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