Começa a “cair a ficha” em Lula
de que o jogo mudou nas relações com o Poder Legislativo. Ao contrário dos seus
primeiros governos em que recorreu ao suborno indireto de emendas ou às malas
do mensalão para aprovar projetos e formar maioria de deputados e senadores,
Lula já percebe que precisa “aderir” ao Congresso para governar sem surpresas.
Foi o que disse em São Paulo, referindo-se às queixas de Marina Silva sobre um
suposto “esvaziamento” do seu Ministério do Meio Ambiente.
Parlamentares já não precisam que o Planalto lhes dê acesso aos cofres públicos: eles já o têm, como mostram emendas do relator, por exemplo.
Lula aprendeu a lição: para aprovar projetos ou evitar derrotas, o governo não precisa mais de “base”, precisa de entendimento com o Congresso.
Hoje, o “entendimento” atende pelo nome de Arthur Lira, o presidente da Câmara. São obra dele os 374 votos que aprovaram o arcabouço fiscal.
Também se pode colocar na conta de Lira os 392 votos que anularam o decreto de Lula tentando anular a lei federal do marco do saneamento.
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